"Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história". Hannah Arendt
A primeira vez que assisti "Meu primeiro amor", eu chorei. E as outras 10 vezes, também. Chorei de saudade de muitas pessoas, chorei pelo amor que se foi, enfim, é um filme entre duas crianças que se enamoram, e de repente o menininho morre com uma picada de abelha, e ela então, vive seu primeiro grande luto. Mas tem gente que desaparece em vida, numa ruptura brusca, sem tempo pra gente velar, olhar mais uma vez, mandar algumas flores, recitar um poema, colocar uma música, se despedir, dar o último abraço, mandar ir pro inferno! fazer todos os rituais que nos cabe. Enterrar. E o enterro pode demorar muito mais tempo para acontecer do que a gente possa imaginar. As pessoas costumam dizer, que no máximo dois anos, podemos nos curar de uma paixão, como se os nossos desejos obedecessem ao Tempo. As vezes quatro anos sem a pessoa amada, não pode ser mensurado com o passar dos dias, mas apenas pelo sentimento da saudade, da ausência. Tem pessoas que conseguem resolver esses desaparecimentos com mais facilidade, outras, ficam mais tempo nesse luto em vida, como costumo dizer. Mas um dia passa, sem a gente menos esperar, e se dar conta. E nós continuamos essa travessia, desejando, querendo ser amada, mesmo que tenhamos mais uma vez, passarmos pelo doloroso luto, em vida.
Por isso o transitório faz muito sentido e importancia ...Não sabemos a duração de relações que nos são caras.
ResponderExcluirA intensidade e o conteúdo da intenção no meu caso ,só anda aumentando...Quanto mais passam os dias ,mais valor é dado por mim. Num possível luto,as boas lembranças amansarão o tempo pesaroso...
Adorei o texto
Beijo