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- Iza Junqueira Rezende
- Goiânia, Goiás, Brazil
- Psicóloga Clínica, formada pela PUC - Goiás. Formação em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo e Clínica Dimensão de Goiânia. Psicóloga - Comissão Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de Goiás - Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Sobre a Transitoriedade - Iza Junqueira
Rodrigo, um caro amigo, postou um comentário sobre o que eu escrevi sobre "o luto por pessoas que não morreram", e ele fala sobre o transitório, e eu tenho vivido muito isso, aliás a gente vive todos os segundos isso, e essas nossas conversas sobre todas as coisas que vivemos e que se foram, mas que ficaram em nós, estão me fazendo muito bem...As coisas ficam mais leves quando a gente percebe o significado e aceita, na medida do possível, o que vem e o que vai...
Vou deixar um link aqui para quem quiser ler um pouco mais sobre Sobre a transitoriedade: o objeto e o tempo. Por Simone Souto.
Eu gostei muito...
http://www.ebp.org.br/biblioteca/pdf_biblioteca/Simone_Souto_Sobre_a_transitoriedade_o_objeto_e_o_tempo.pdf
terça-feira, 21 de julho de 2009
O luto por pessoas que não morreram
"Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história". Hannah Arendt
A primeira vez que assisti "Meu primeiro amor", eu chorei. E as outras 10 vezes, também. Chorei de saudade de muitas pessoas, chorei pelo amor que se foi, enfim, é um filme entre duas crianças que se enamoram, e de repente o menininho morre com uma picada de abelha, e ela então, vive seu primeiro grande luto. Mas tem gente que desaparece em vida, numa ruptura brusca, sem tempo pra gente velar, olhar mais uma vez, mandar algumas flores, recitar um poema, colocar uma música, se despedir, dar o último abraço, mandar ir pro inferno! fazer todos os rituais que nos cabe. Enterrar. E o enterro pode demorar muito mais tempo para acontecer do que a gente possa imaginar. As pessoas costumam dizer, que no máximo dois anos, podemos nos curar de uma paixão, como se os nossos desejos obedecessem ao Tempo. As vezes quatro anos sem a pessoa amada, não pode ser mensurado com o passar dos dias, mas apenas pelo sentimento da saudade, da ausência. Tem pessoas que conseguem resolver esses desaparecimentos com mais facilidade, outras, ficam mais tempo nesse luto em vida, como costumo dizer. Mas um dia passa, sem a gente menos esperar, e se dar conta. E nós continuamos essa travessia, desejando, querendo ser amada, mesmo que tenhamos mais uma vez, passarmos pelo doloroso luto, em vida.