A passividade, além de uma forma mortífera de gozo com a dor, é uma posição fatalista que impede a superação do trauma. Pode parecer paradoxal, mas uma sociedade narcisista tende a favorecer o culto a vítima. A vítima esta sempre preservada da responsabilidade ou da participação em relação as causas do seu sofrimento. Do ponto de vista do vitimismo, a cura das dores da vida, assim como da depressão, consistiria, sempre, primeiro, na reparação que deveria vir do outro, e em segundo lugar, na eliminação de todo o traço de má notícia que advenha do inconsiente. A vítima se sente a salva do conflito e da divisão subjetiva, assim como da indagação pelo seu desejo. Ninguém mais íntegro do que uma vítima, do ponto de vista do narcisismo do eu.
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A vida vale muito a pena, por uma série de coisas...
- Iza Junqueira Rezende
- Goiânia, Goiás, Brazil
- Psicóloga Clínica, formada pela PUC - Goiás. Formação em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo e Clínica Dimensão de Goiânia. Psicóloga - Comissão Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de Goiás - Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial.
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